Quinta Temporada

Capítulo 21

Oswaldo: Vim te trazer a parte da Kiki.
Renato Augusto: Opa, valeu Oswaldo.
Oswaldo: Mas tem uma coisa que eu preciso falar pra você.

Oswaldo contou a Renato Augusto toda a investigação policial que continuava à cerca do Moda Sem Nota, todas as provas que eles tinham contra a Kiki, e que em breve ela seria presa.

Renato Augusto: Eu já esperava por isso. Também tenho um investigador cuidando do caso do seqüestro da Amandinha, e tudo se interliga.
Oswaldo: E porque você não falou nada?
Renato Augusto: Pelo mesmo motivo que você também não falou nada até agora. Oswaldo, eu não sei quem está agindo com ela, mas eu prefiro que ela suma, a colocar em risco a vida de todos nós.
Oswaldo: E o que a gente faz agora?
Renato Augusto: Vou tentar mais uma vez extrair toda a verdade dela, mas me desculpe, eu não a quero presa.
Oswaldo: Bom, você quem sabe. Eu quero continuar a minha vida longe dela. Se ela vai estar presa ou não, tanto faz para mim.
Renato Augusto: Olha, o condomínio tá praticamente pronto e tem uma casa pra você lá.
Oswaldo: Eu agradeço, mas assim que tudo isso terminar, estarei pegando o primeiro avião com destino ao primeiro dia do resto da minha vida. Quando eu voltar, e se eu voltar, daí eu morarei lá com todo prazer.
Renato Augusto: Ok, Oswaldo, é você quem decide.

Renato Augusto: Eu vim trazer o seu dinheiro.
Kiki: Ah, pode deixar aí em cima da mesa.
Renato Augusto: Calma, não vai ser tão fácil assim. Eu vou junto com você até você sumir no horizonte, pra ter certeza que você vai MESMO sumir.
Kiki: Eu te dei a minha palavra e vou cumprir, você não precisa ir comigo.
Renato Augusto: E tem outra coisa também. Eu quero a verdade.
Kiki: Que verdade?
Renato Augusto: Não se faça de desentendida, você sabe do que eu estou falando.
Kiki: Desculpe, Renato Augusto, mas eu não posso falar mais nada pra você.
Renato Augusto: Por que?
Kiki: Para não colocar você e a sua família em risco.

Renato Augusto: Talvez eu possa te ajudar...
Kiki: Infelizmente ninguém pode, meu filho. É melhor nem você nem ninguém da sua família e amigos saberem pra onde eu vou.
Renato Augusto: Eu preciso saber da verdade sobre o seqüestro da Amandinha!
Kiki: Filho, a única coisa que eu posso te falar é que eu fui obrigada a fazer um monte de coisa que eu não queria fazer, pra que ela não fosse assassinada.
Renato Augusto: Como você pôde se envolver com gente desse nível?
Kiki: Porque eu não sabia no que estava me metendo. Eu também fui enganada.
Renato Augusto: Quem? Me fala quem é!
Kiki: Não posso!
Renato Augusto: A polícia ta chegando pra te prender e eu preciso de uma justificativa!
Kiki: BENTO!

Nessa hora Renato Augusto quase perde os sentidos, tentando imaginar como que Bento poderia estar vivo, se eles viram o carro pegar fogo bem na frente deles. Mas, ao mesmo tempo, tudo fazia sentido.
Voltou a si quando bateram na porta, e então percebeu que Kiki não estava mais no quarto.
Era a polícia.

Policial Matt: Onde ela está?
Renato Augusto: Eu não sei! Vim atrás dela também, mas ela não está aqui. Podem olhar à vontade. Mas tenho uma informação para dar a vocês.

Policial Matt: Bento, saia com as suas mãos para cima!
Bento: Ai, eu sabia que não podia confiar naquela piranha!

Magnólia: Meu Deus, como ele pôde estar vivo esse tempo todo?
Oswaldo: Eu não acredito no que estou vendo!
Magnólia: Você sabe pra onde ela foi?
Renato Augusto: Não. E também prefiro nem saber. O importante é que tudo acabou.

Renato Augusto: Nossa, que envelope grosso!

Renato Augusto abre o envelope e vê uma carta da Kiki e muito dinheiro.

“Renato Augusto, meu filho;
Eu sei que nunca te deixei me chamar de mãe, mas saiba que, mesmo quando eu dizia que você era um estorvo, eu nunca realmente senti isso.
Você era a única pessoa que me fez, esses anos todos, manter o equilíbrio mental, para que eu não enlouquecesse de vez.
Tenho muito orgulho do homem que você se tornou, apesar de tudo que te fiz, mas eu não posso ir contra à minha natureza.
Esse dinheiro é uma parte, muito pequena é verdade, do que roubei do Moda Sem Nota, esses anos todos, e que estava desviando.
Estou mandando uma parte para você, outra para os seus amigos, para o Sr. Astrolábio e para o Mauro, junto com uma carta quase igual à sua, pedindo desculpas e tentando explicar meus atos, se é que existe explicação para eles.
Não tenho como devolver tudo, e nem devolveria, pois deu muito trabalho para roubar, mas espero que com esse gesto todos vocês possam sentir menos raiva de mim e seguirem a vida de vocês.
Eu continuo não gostando dos seus amigos, mas Renato Augusto, meu filho, eu amo você do meu jeito. Sempre te amei, vou continuar te amando, mesmo longe.
Gostaria que você soubesse da verdade sobre mim, sobre o meu passado. Eu nasci de família humilde, na verdade, miserável. Meu pai bebia muito, abandonou eu e minha mãe quando eu ainda era pequena, então mal me lembro dele. Minha mãe, para poder nos sustentar, tentou arrumar vários empregos, mas não parava em nenhum, pois não tinha estudo. Em uma péssima decisão, ela decidiu ser mula de uns traficantes que tomavam conta do bairro onde morávamos. Não sei se você sabe, meu filho, mas mula é aquela pessoa que esconde drogas no corpo, para levar de um lado para o outro. Claro que isso não acabaria bem, e um dia ela foi presa. O traficante não fez nada para soltá-la, e ela acabou morrendo na prisão, doente. Eu fiquei sozinha, sem ninguém, com 12 anos de idade, pedindo esmola na rua. Um dia fui pedir dinheiro na frente de uma faculdade, e foi assim que conheci seu pai. Ele se sensibilizou comigo, e me levou para trabalhar como faxineira na casa dele. Depois, com o tempo, ele se apaixonou por mim e nos casamos. Eu nunca o amei, pois nunca confiei em homem algum, mas desde que tive a oportunidade de sair das ruas, jurei a mim mesma que jamais passaria fome novamente. Como seu pai era de uma família rica e influente, concordamos em jamais contar a verdade sobre meu passado, e inventamos uma história digna de contos de fadas, que é a que você sempre soube, até agora. Mas seu pai não era santo, e quando eu engravidei de você, ele começou a ter várias amantes. Chegava sempre tarde, às vezes bêbado, e isso foi me consumindo demais, pois eu vi a minha vida virar a vida da minha mãe. Então eu dei um basta, e decidi me vingar. Bom, o resto da história você conhece.
Posso ter errado muito com você, não espero que você me perdoe, mas espero que você seja muito feliz com a sua esposa e as suas lindas filhas, sem cometer os mesmos erros que eu cometi. Ame a sua família, dedique-se completamente a ela.
Depois de ler essa carta, por favor, queime-a, e verifique se seus amigos fizeram o mesmo, para que eles não sejam prejudicados.
Não sei se vale alguma coisa, mas... Um grande beijo da mamãe”.

Bento: É VERDADE, EU JÁ DISSE! ELA TEM ESSAS VÁRIAS CONTAS EM PARAÍSOS FISCAIS!
Policial Matt: Chega de mentiras, Bento! Não existe nenhuma dessas contas que você está dizendo. Você sempre foi um policial corrupto, e desta vez eu não deixarei você sair impune dos seus crimes.

Renato Augusto: Sabia que iria encontrar vocês aqui.
Magnólia: Como tivemos a idéia de vir no mesmo lugar, ao mesmo tempo?
Oswaldo: Talvez porque nós nos conhecemos melhor do que imaginávamos.
Magnólia: É verdade tudo isso, R.A.?
Renato Augusto: Infelizmente sim. Vocês queimaram as cartas de vocês?
Magnólia: Eu não queimei a minha.
Oswaldo: Nem eu a minha.
Renato Augusto: Então vamos queimar juntos.

Aquilo foi como um ritual, que definitivamente colocava um ponto final nessa parte da história daqueles jovens.

Cleusa: Muito bem, meninos! Estou orgulhosa de vocês! Minha missão aqui acabou, mas estarei sempre cuidando de vocês, podem ter certeza disso.

Renato Augusto: Bom, e agora?
Magnólia: E agora o avião do Michael partiu, eu não fui junto com ele, e com certeza meu noivado acabou.
Oswaldo: Tenho uma idéia!

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