Lorena Frantz
Capítulo 12 - Uma Nova Paixão
Por Meh Souza

Era uma tarde de domingo, minha mãe e meu padrasto queriam aproveitar o dia maravilhoso que fazia lá fora para passearmos ao ar livre na intenção de me dar a oportunidade de me divertir um pouco nesta cidade com minha família antes de partir. Sim, na próxima semana eu estaria a caminho da minha vida universitária, e realmente sentiria falta daquela terra que aprendi a apreciar tanto.
Gabriel não dera mais sinais de vida. Acho que ele percebeu que para superar nosso relacionamento era preciso cortar contato. Eu realmente apreciaria sua amizade, se ele tivesse se mostrado um pouco maduro quando terminei com ele.
Benni estava ocupada demais cuidando dos preparativos finais de sua mala para aparecer no parque.

O parque Canino era uma ótima opção de passeio familiar ao ar livre. É onde os moradores levavam seus bichinhos para passear, onde senhoras se sentavam nos bancos para ler e onde pequenas famílias se reuniam num piquenique. Lily adorava quando eu a levava lá. E Erick, tão jovem, ficava todo empolgado quando dizíamos a palavra “passear”. Ele entendia totalmente o significado.
Naquele dia não nos impusemos regras. Permitimos que Erick sujasse a roupa rolando na grama, e não me importei quando Lily pulou na fonte para dar um mergulho.

Eu me perguntava se Lily compreendia o que estava acontecendo. Ela parecia muito sensível e carente nos últimos dias. Estava sempre perto de mim, me dando lambidas, dormindo em meu colo, deitando nos meus pés quando eu estava no computador e latia quando eu passava muito tempo desenhando sem lhe dar atenção.
Pintei um retrato incrível dela que pretendia levar comigo.
Confesso que temia que ela me esquecesse depois de um tempo. Afinal, não sei muito bem como funciona o sistema emocional dos cachorros. E se ela se esquecesse de mim? E se, dali a seis meses, ela não se lembrasse mais de mim? Ela era a minha cachorra.

As horas correram e quando vi já estava na hora de voltarmos para casa. Eu tinha sugerido um piquenique no parque, mas não havia tempo para Samanta preparar alguma coisa para gente, já que decidimos o passeio de manhãzinha. De qualquer forma, eu sabia que uma refeição daquelas estaria nos esperando quando chegássemos em casa e, bem, eu estava com fome, afinal já era quase duas horas da tarde.
Minha mãe ficava falando sobre festas de despedida ou chá de viagem, e eu tive que lembrar a ela que não tinha tantas amigas íntimas assim para organizar qualquer dessas coisas. Na realidade, eu tinha apenas uma melhor amiga, e ela iria embarcar comigo.

Já estávamos de saída quando ouvi alguém distante me chamando. Era o Gavin. Meu coração deu uma pirueta quando lhe vi, parecia até que estava esperando encontrá-lo. Mas o que ele estava fazendo aqui?
Gavin: Pois é, acabei de sair de uma reunião de negócios com meu pai e resolvi passar aqui no parque antes de ir embora.
Lorena: Nossa, sério?
Gavin: Ta bom, é mentira. Eu liguei na sua casa e a Samanta me disse que vocês tinham vindo para cá.
Era estranho, mas eu estava feliz com essa informação.

Foi assim que na hora seguinte Gavin estava sentado à mesa conosco provando o exemplar perfeito de Salada de Frutas preparado por Samanta. Santiago não parava de fazer perguntas sobre como ele pretendia administrar a Associação Hueber quando esta fosse entregue às suas mãos. Minha mãe nem disfarçava o quanto admirava o potencial de Gavin, lançando olhares cúmplices para mim. Pela primeira vez, eu não era o centro das atenções na mesa de refeição. Não que eu me importasse que Gavin monopolizasse a conversa, pelo contrário, eu me sentia orgulhosa por ter um amigo especial como ele.
Gavin: Então, Lorena, você vai me mostrar seus rascunhos ou não?
Ele não sabia que minha área de trabalho ficasse no meu quarto quando fez essa pergunta, é claro. Mas, depois do consentimento da minha mãe e do meu padrasto, que já estavam de saída para alguma conferência na cidade, deixei que ele ficasse a vontade.
Todavia, assim que entramos, Gavin deixou claro que não estava exatamente interessado nos meus desenhos.

Gavin: Lorena... Eu to apaixonado por você.
Não acreditei no que estava ouvindo e olhei para ele descrente. Gavin continuou falando, sentindo a necessidade de se justificar.
Gavin: Nunca disse antes porque você era comprometida e tudo mais. Mas eu gosto de você, Lorena, desde a primeira vez que te vi. Quando vi seus desenhos pensei “eu tenho que conhecer a pessoa maravilhosa que fez isso”, e você se mostrou muito mais do que isso. Seu jeito espontâneo de ser, a maneira como recebeu os convidados, sua criatividade para organizar aquele evento... Você é o tipo de mulher com quem quero me casar um dia.

Eu estava embasbacada. Mal sabe ele que quando cheguei nesta cidade eu era uma patricinha esnobe. Será que ele não enxergava isso? Ou eu realmente tinha mudado? Tinha aceitado as diferenças que existe entre mim e as outras pessoas? Na hora eu não cogitei isso, mas depois eu tive certeza de que entendi o que ele quis dizer, por que eu sentia a mesma coisa.
Eu me via no futuro com um executivo como ele.
Peraí, casamento? Ele falou em casamento?
Lorena: Gavin, eu... Eu não sei o que dizer. Eu...

Gavin: Não diga nada. Mas olhe pra mim, por favor. Não me ignore. Eu não podia deixar que você fosse embora sem te dizer sobre o que eu sinto por você. Mas eu compreendo que você vai passar alguns anos longe e que esse relacionamento é impossível. Mas... quero que saiba que... Eu estarei esperando você, Lorena. Prometo.
Lorena: Não quero que me espere... Quer dizer, você não pode me esperar. Você pode conhecer outra garota, sei lá.
Gavin: Eu não quero outra garota.
Diante disso, me calei.

Ele era lindo. Muito lindo. Bem, eu sempre me senti atraída por ele, mas até então, até ele corresponder meus olhares desta maneira, eu nunca tinha me dado conta do quanto ele mexia comigo. Eu mal conseguia disfarçar. Ele me olhava tão intensamente que eu sentia meu rosto ficar vermelho de calor. Eu estava ofegando, mas não conseguia parar, quando minha boca não estava levemente entreaberta eu estava sorrindo feito uma boba. Quando dei por mim, mal mantinha meus olhos nos deles, teimava em me desviar para a tentação que era seus lábios, seu corpo. Oh, Deus, eu estava mordendo os lábios, será que ele reparou nisso? Deve ter reparado, porque parecia que ele estava mais próximo, ou fora eu que me aproximei? Nossa. Que vontade absurda de sentir a maciez dos seus cabelos nos meus dedos. Que vontade absurda de molhar minha boca com a sua. Que vontade absurda de te tocar... Enquanto eu estou aqui, lutando para resistir aos meus impulsos e desejos, ele me parece tão controlado.

Mas eu sei que ele também quer, se não num estaria me olhando desta maneira. Por isso fiz o que fiz em seguido. Eu lhe beijei. E ele me abraçou, me envolveu totalmente no seu corpo, então eu entendi. Se ele tivesse tomado a iniciativa eu poderia acusá-lo de ter me desrespeitado, mas quem lhe beijou foi eu, apesar de ele ter me seduzido, venhamos e convenhamos.

Eu nunca tinha sentido aquilo com ninguém. Eu nunca tinha sentido aquilo com Gabriel. Gabriel era um amor de pessoa, carinhoso e muito charmoso para todas as garotas, mas ele nunca tinha feito meu coração quase sair pela boca, ele nunca tinha me deixado com uma sede daquelas, nunca tinha me feito desejá-lo tanto quanto eu estava desejando o Gavin naquele momento.

Ele beijava tão bem que eu não queria parar. E apesar de me abraçar com força, ele não me machucava, pelo contrário, eu sentia que era pouco, eu queria mais e mais. Eu estava entregue.

Nunca imaginei como seria quando eu perdesse a virgindade. Mas com certeza não imaginava que seria num primeiro encontro com alguém ou algo do tipo. Eu e Gabriel nunca conversamos sobre o assunto, ele achava que eu preferia esperar o casamento. Bem, se ele tivesse me beijado como Gavin me beijou talvez tivesse acontecido. Se ele tivesse a malícia de Gavin, se ele me tocasse como Gavin me tocou... Ou talvez eu simplesmente não correspondesse ao Gabriel. Era isso: Era eu e o que eu sentia.

As coisas foram acontecendo sem o meu controle. Gavin, que era mais experiente, já andava preparado, sabia me conduzir como se estivéssemos dançando. Eu não senti vergonha dele. Pelo contrário, me senti extremamente à vontade. E não me senti arrependida quando tudo acabou. Porque tinha sido bom. Muito bom. E eu queria fazer de novo. Por isso ele passou a noite na minha casa.
Tudo o que desejei naquele momento é que não houvesse amanhã.

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