Lorena Frantz
Capítulo 9 - Meu Don de Rabiscar
Por Meh Souza

Num piscar de olhos meu aniversário de 18 anos já havia chegado. Nem eu havia notado como o tempo havia passado rápido. Mais uma vez, não fizemos uma grande festa, mas a festa surpresa que recebi que em casa no meio da noite foi muito boa. As pessoas mais importantes da minha vida estavam ali me prestigiando, e isso era suficiente para mim. A Benni, o Gabriel, os amigos do trabalho da minha mãe e alguns vizinhos estavam presentes. Além disso, recebi vários e-mails e mensagens no facebook das meninas de Sunset Valey.

Samanta preparou três bolos diferentes: meu bolo de aniversário, uma torta de maçã e outra de limão. Estava maravilhoso.
Pois é, eu estava entrando no segundo bimestre do meu último ano na escola. Não tinha a menor noção do que fazer depois. Estava certa de que iria me formar em artes, sem dúvidas, mas ainda não tinha feito nenhuma pesquisa sobre as melhores faculdades da região, se é que existia alguma facul boa por ali. Ainda não tinha conversado com minha mãe sobre isso, mas talvez fosse necessário que eu me mudasse de cidade.
Logo agora que estava me adaptando em Appaloosa, não queria mesmo sair dali e deixar as amizades que fiz para trás.

Mas, veja bem, ser artista era o meu sonho. Eu adorava desenhar! Passava mais tempo sentada à mesa de desenho em meu quarto do que na internet. Gabriel trabalhava durante o dia, e eu só via a Benni na escola, ela até reclamava que não saíamos mais juntas nos finais de semana.
Com uma mesa de desenho profissional aperfeiçoei muito minhas habilidades na área. Até o diretor de artes da escola havia notado, me convidou para expor minhas obras em sarais e tudo. Inclusive venci um concurso cultural da Galeria de Artes de Appaloosa Plains e agora meu desenho em graffite sobre a cidade estava exposta lá.

Mas uma ligação em especial fez meu coração balançar dentro do peito.
Era de um homem dizendo que morava na região e havia ouvido falar dos meus desenhos e estava muito interessado em conhecer minhas obras, inclusive comprar algumas. Então ele me perguntou quando eu organizaria a próxima exposição...
Eu pirei, é claro. Nunca tinha pensado nisso: organizar minha própria exposição para vender meus desenhos. Adiantei-me dizendo que naquele final de semana minha casa estaria aberta ao público a partir das 17 horas. Minha mãe não ficou nem um pouco satisfeita em saber disso.

A Samanta foi muito prestativa preparando sobremesas e coquetéis para o pessoal. Veio bastante gente, levando em consideração que eu fiz apenas dois dias de divulgação nas redes sociais. Mas inclusive um crítico de arte do jornal local apareceu para avaliar as obras e me deu os parabéns.
Fora eles, os amigos da família também apareceram, imagino que para dar peso no evento.

Teve um garoto em especial que pareceu muito impressionado com meus desenhos. Ele era filho de um dos fundadores da Associação Hueder, e eu fiquei admirada por ter se dado ao trabalho de aparecer num coquetel organizado por mim.
Ele se chamava Gavin, estudava administração e estagiava na empresa do pai.

Gavin: É raro conhecer um talento como o seu aqui nas redondezas de Appaloosa. Nasci e cresci aqui, e nunca tinha visto alguém que se inspirasse nos grandes mestres de arte como você.
Lorena: Ah, obrigada. Eu cresci apreciando museus, e sempre gostei de gibis. Bem, nem eu imaginava que um dia estaria desenhando em nível profissional. Aliás, você me parece bem entendido na área...
Gavin: Como vou herdar a Associação Hueder nunca tive muita alternativa para escolher uma profissão. Mas, se pudesse escolher, teria estudado artes gráficas. Espero que seus pais invistam corretamente em você, me parece ter um ótimo futuro pela frente.
Nossa, ele parecia um adulto falando. Também, com a pressão de um cargo alto a ocupar, não é por menos que se sentia assim.

Não pude deixar de contar à Benni assim que fui lhe cumprimentar com um abraço.
Lorena: Viu aquele loiro todo formal com um smoking azul? Ele é filho de um dos fundadores da Associação Hueder! Poxa, nem imaginava que ia aparecer gente importante por aqui.
Benni: Ah, ele é uma gracinha, não é não?
Lorena: Nem posso pensar isso, Benni. Tenho namorado, esqueceu?

A Benni, apesar de ser mais velha que eu, parecia que não tinha saído dos dezesseis. Ela não tinha a menor ideia do que estudar depois que terminasse a escola, dizia que talvez nem ia fazer faculdade porque estava contente com o emprego no Spa. Aliás, trabalhar com estética a ajudou muito, se quer saber. Ela parecia mais bonita a cada dia. Mas tinha algum problema com compromissos, porque não suportava a ideia de assumir um namoro sério com alguém. Vivia entre seus rolos.

A festa se estendeu até quase às oito horas, quando todos começaram a se despedir e sair. As obras compradas seriam entregues em suas residências no dia seguinte. Eu estava muito orgulhosa por ter conseguido fazer com que o evento desse certo. Pensei até que poderia organizar uma exposição por mês, e contar com o auxílio da prefeitura para que o evento ocorresse na Galeria de Arte da cidade.

Estava lá eu devaneando com minhas conquistas e promessas quando um homem se aproximou de mim. Não notei sua presença no evento até aquele momento. Mas, numa cidade pequena como Appaloosa, podia presumir que ele não era da região.
Ele começou a me agradecer por tê-lo atendido bem ao telefone, e então reconheci quem ele era. Fora ele quem me ligou naquela semana perguntando das minhas obras! Olhei para ele com mais expectativa, afinal poderia se tratar de um grande empresário ou algo assim. Mas, quando vi seus olhos tive certeza de que lhe conheci de algum lugar.

Roger: Não deixe sua mãe saber que estive aqui. Estou muito orgulhoso de você, Lorena. Tenho certeza de que seu curso de Artes vai valer a pena.
Olhei para ele espantada e senti as lágrimas virem aos olhos. Ele era o meu pai. Eu não tinha reconhecido o meu pai! E o tempo todo ele sabia o que se passava em minha vida. Fiquei tão emocionada que não pude segurar o ímpeto de prender-lhe num abraço, o que foi suficiente para chamar a atenção justo da minha mãe. Minha sorte é que grande parte dos convidados já haviam se retirado.

Elisabete: Roger! Não acredito que você teve a audácia de aparecer na minha casa! Já não lhe disse para sumir da minha casa? Quer que eu chame a polícia? Eu chamo! Você sabe muito bem que nunca poderá ser um pai presente na vida de Lorena devido à essa sua vida transviada, a Lorena não merece uma influência desse tipo! Já não basta ter feito nossa empregada de espiã durante todo esse tempo? Ah, se o Santiago souber que você está aqui eu não sei como ele é capaz de reagir, nunca lhe contei nada sobre você. Ele pensa que você foi embora porque quis e...

Roger: Estou pouco me lixando para esse seu casamento, Elisabete. E não me venha com esse papo de influência maligna, você sabia muito bem quem eu era quando se envolveu comigo. Eu achei que nunca iríamos nos separar. A traidora aqui foi você. Lorena é sã o suficiente para distinguir o certo do errado. Você não pode me pedir para ficar longe da minha filha, ela é a MINHA filha também! E, como pai, eu quero arcar com os estudos dela sim, e incentivar suas habilidades. Afinal, você parece muito ocupada tentando ter a vida perfeita numa cidade do interior com seu maridinho perfeito e seu emprego perfeito.

Não pude deixar de ouvir a discussão dos dois. Nem sei como Santiago não tinha ouvido. Meu pai foi embora sem poder se despedir de mim. Eu me limitei a ficar dentro do meu quarto angustiada. Pequei a Lily para dormir comigo naquela noite e me fazer companhia.
Por mais que tudo estivesse caminhando tão bem na minha vida, não podia evitar ficar triste em saber que eu era filha de um magnata e que minha mãe me proibia de desenvolver qualquer tipo de relacionamento com ele, mesmo ele sendo meu pai.
Quando dei por mim, estava adormecida. Não sabia dizer se estava muito feliz ou muito triste. De repente eu simplesmente não sabia.

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