Inferno no Colégio Interno
Capítulo 6
Por Meh Sz

“Estamos em falta de um professor de educação física, infelizmente. Então, eu mesmo irei treiná-los, turma do primeiro grau!” Disse o diretor Marcelo.

Vê-lo fazendo exercícios era completamente bizarro, pois toda aquela sua seriedade parecia ter se perdido. Até que ele estava em boa forma, mas duvido que não iria sentir o corpo todo dolorido no dia seguinte.
Aliás, os alunos também se sentiriam assim, afinal, estávamos todos desengonçados.

Nas primeiras aulas tínhamos que desenvolver nossas habilidades físicas, como agilidade, resistência e força. Só depois de estarmos capacitados nos dedicaríamos para uma atividade física específica, como natação, musculação, vôlei e dança.
Éramos um completo desastre. Exceto pelas gêmeas, elas pareciam estar levando tudo na brincadeira. O pior de tudo era a pressão que o diretor-treinador colocava em nós.

A parte boa era ver Rick treinar. Ele já era muito bonito, mas desenvolver o físico deixou-o ainda mais belo. Eu podia afirmar que ele estava se esforçando bastante, talvez até mais do que deveria, para um garoto da sua idade.

“Segura essa, Maria!” Gritou Madalena.
Maria correu, pulou e segurou.

“Agora, segura você, sua idiota!” Gritou Maria, agressiva.
Ela jogou a bola com tanta força que nem se Madalena quisesse segurar conseguiria.

Eu havia escolhido natação. E, para meu azar, Vitor também.
“Poxa, Vitor! Pra que é que você escolheu a mesma coisa que eu? Agora vou ter que te aturar todo final de semana! Já não basta suas provocações durante as aulas!”
“Ahh, para de reclamar, Sara!”
“Não, não faz isso! Eu não sei nadar direito! Para!”

Mas ele não parou. Quando dei por mim, estava me afogando.
Tudo foi ficando silencioso. Eu me encontrava sob a água, a pele das minhas mãos pareciam enrugadas, e quando tentei me levantar, percebi que estava encurralada. Abri os olhos, e eles arderam ao encontro da água. Tentei não respirar, mas engolia água toda hora. Eu estava cercada por uma densidão de água.
Engolindo água aos montes, e me engasgando com a mesma, senti que tornava a perder os sentidos, e que isso não era bom. O pior é que eu não conseguia gritar por ajuda. Vi quando o Vitor saiu da água, imaginei que estivesse indo chamar o treinador, mas ninguém apareceu.
Tentei gritar, fazer barulho, mas eu sabia que ninguém me ouviria. Então me deixei levar, e acabei tornando a dormir.