6º Capítulo


Anie: Mãe, eu aceito me casar com Kelvin.
Preferi não levantar os olhos ao pronunciar isto, simplesmente não queria ver o sorriso de satisfação estampado no rosto da mãe.
 
Conforme a tradição, uma festa de noivado se fez, com todos os habitantes presentes, onde Kelvin pudesse pedir a minha mão em público.

Á noite, custei para pegar no sono. Fiquei me revirando na cama, imaginando que aquilo não estava acontecendo. Sim, no fundo, eu me sentia angustiada. Apesar de morarmos no mesmo domicílio e estarmos noivos, eu disse ao Kelvin que só me deitaria com ele após o casamento.

Por fim, quando o clarão da madrugava inundou meu quarto, adormeci, e não tive sonhos nem pesadelos. Tudo o que eu queria era descansar e colocar as ideias em ordem. O dia seguinte seria longo.

Estava na hora de colocar em prática tudo o que sabia sobre administração de cidades. Com um bloco de notas em mãos, sentei-me a mesa e passei a tarde de frente para o computador, no escritório, bolando estratégias.

No fim da tarde, passeei pela cidade ao lado do meu noivo, recebendo a adoração dos cidadãos. O último local que visitamos foi a praça principal da cidade. Sentei-me, exausta. O dia já virava noite.

Olhei para Kelvin e tentei vê-lo com outros olhos. Por fim, achei-o intensamente bonito e simpático, mas os seus lábios ainda não tinham sabor para mim. Até me senti um pouco mal, por ele estar sendo ainda mais carinhoso comigo, enquanto eu só demonstrava frieza.

Assim que acordava eu tinha o costume de pousar frente a janela para admirar o dia. Numa manhã, ao fazer isto, notei que Fátima estava carregando sua malas para fora com ajuda de uma moça. Rapidamente, troquei de roupa e desci até lá.

Anie: Não Fátima, não vá!
Fátima: Eu tenho que ir pequena Anie. Já estava pensando em aposentar-me mesmo.
Anie: Tira umas férias então, mas não me deixe.
Fátima: Querida, nunca vou te deixar. Esta é Mariana, ela quem vai me substituir.

Olhei para a moça, mas não queria que ninguém substituísse minha amada governanta. A amargura tomou conta dos meus lábios. Sentia saudades antes mesmo de Fátima partir. Por fim, nos abraçamos, despedindo-se. No fundo, eu sabia que nunca mais tornaria a vê-la.

Esperei que ela se fosse e dirigi-me ao meu quarto, onde fiquei até que as lágrimas cessassem.