Entre Amigas

Capítulo 18


Não tem sido fácil vir à escola. Ninguém mais fala comigo: nem a Renata, nem o Marcelo, nem a Nessa e nem o Doug.


Ver a Gláucia dando em cima do Marcelo é a morte pra mim! E ela faz questão de demonstrar isso cada vez que percebe que estou por perto. Mas pelo menos ele não a deixa me humilhar tanto na minha frente. Estou tão perdida, nem sei mais o que fazer.


A Renata não divide mais a mesa comigo, e a Nessa e o Doug também não sentam mais do meu lado. Eles preferem ficar bem longe de mim.


Tenho ficado sozinha, e muito triste. Já faz tempo que procuro o tal C@rinhoso, mas nunca o encontro. Acho que ele sempre soube que eu era da escola e estava só curtindo com a minha cara.


Fui na Biblioteca e dei de cara com o Doug. Como a Nessa não estava por perto, arrisquei falar com ele.
Débora: Poxa, Doug, até você?
Douglas: O que você quer que eu faça, Nessa? Ela me colocou na parede.
Débora: A nossa amizade não significa nada pra você?
Douglas: Claro que significa!
Débora: Então porque isso?

Douglas vê Vanessa se aproximando e furiosa, por vê-lo conversando com Débora.


Douglas: Olha, rapidão... Eu não sou assim. Aquilo que você viu foi uma única vez e nunca mais vai acontecer.

Vanessa chega alterada.


Vanessa: Ai, mas não pode mesmo descuidar um segundo, que as piranhas já atacam!
Débora: Pára com isso, Nessa...
Vanessa: Pára o caramba! Pode ir já desinfetando daqui! Eu não falei que não era mais pra você falar com ela, Doug?

Vanessa arrasta Douglas para fora da Biblioteca.
Débora decide ligar para a mãe, dizendo que não está bem, e a pede para buscá-la na escola.


Débora não foi mais na escola até o final da semana.


Marcelo: Oi...


Marcelo: Caramba, quanta coisa aconteceu em uma semana...
Débora: É... nem me fale.
Marcelo: Na boa... Quando e como foi que tudo isso começou, que eu nem me lembro mais...
Débora: Olha... Eu nem sei mais o que dizer, ou o que fazer, para que tudo isso se resolva. Só sei que eu queria te pedir desculpas. Eu fui dura com você. Eu estava com ciúmes e não soube lidar bem com isso. Você foi meu primeiro namorado, sabe?
Marcelo: Sei...
Débora: Então... Eu não sabia como lidar com o que eu tava sentindo. Foi só quando a Nessa me falou aquelas coisas horríveis é que eu parei pra pensar... E vi o quanto eu havia te magoado.
Marcelo: Obrigado, Debby! A maioria das pessoas não admitiria isso, nem pediria desculpas.
Débora: É, eu sei. Mas você é diferente. Você sempre vai ser especial pra mim.


Marcelo: Debby, eu também sou ciumento. Já briguei muito com minhas namoradas por causa disso. Eu tentei te deixar segura, mas acho que não foi o suficiente, né?
Débora: Foi como eu te falei... Burrada minha.
Marcelo: Mas pô, Debby, precisava inventar aquilo da Gláucia? Muito mal ter espalhado aquele boato. Pô, o cara foi demitido!
Débora: Mas Marcelo, eu não inventei nada, nem espalhei boato nenhum. Quando eu cheguei na escola já estavam falando isso. Eu só confirmei. Confirmei o que eu vi. Ninguém me falou. Eu vi.
Marcelo: Pô, Debby, pára, vai! Chega de mentiras! Você foi tão fofa assumindo o lance do ciúmes e pedindo desculpas... Por que continuar mentindo?


Débora: Mas eu não tô mentindo! Eu te JURO que eu vi a Gláucia e o Don na porta do Colégio, à noite, dando um selinho...
Marcelo: Caramba, meu, até onde você vai com isso? Eu conheço A Gláucia há muito tempo, sei que ela jamais faria isso.
Débora: Então talvez você não a conheça direito, ou ela voltou diferente da viagem...
Marcelo (irritado): Ah, meu, chega, cansei! Eu vim aqui pra colocar um ponto final nessa guerra toda, e você vem querendo me manipular...
Débora (chorando): Eu não estou querendo nada! Por que você não acredita em mim, Marcelo?
Marcelo: Tchau, Débora. E desta vez é pra sempre!


Meu Deus, o que está acontecendo? Por que ninguém acredita em mim? Por que de repente todo mundo começou a agir como se eu fosse um bicho, alguém que eles não conhecessem?
Tantos anos de amizade, um sempre dando força pro outro, sempre se confidenciando e agora isso...
Só pode ser um pesadelo. Só pode!

A campainha toca.
Débora enxuga logo as lágrimas.
“Quem sabe é o Marcelo, e a gente se acerta!”
Ela corre esperançosa para abrir a porta.


Adriana: É daqui a casa de uma menina que está doida para acabar com uma piranhuda da grossa?

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