Capítulo 02

Apesar de decepcionado, Sérgio custeou todo o casamento, o pré-natal de Letícia e a casa onde ela e Flávio foram morar.

Para ela foi fácil passar todo o final da adolescência sendo mãe de dois filhos, pois as babás tomavam conta das crianças, enquanto ela ia para a balada com as amigas e Flávio estudava, pois ele não desistiu de passar no vestibular e fazer uma faculdade.

Diante disso tudo, Sérgio e Paula até se esqueciam que não muito longe dali havia uma aldeia, onde seus moradores se arriscavam todos os dias no garimpo.
Nada faltava a eles: escola, posto de saúde, armazéns...
Tudo o que era ensinado e vendido era rigorosamente controlado pelos empresários, pois eles precisam ter certeza de que a mão de obra proveniente daquele vilarejo seria discreta, fiel e eficiente.
Se vazasse na imprensa qualquer informação sobre essa atividade ilegal, ou se os concorrentes soubessem da existência desse vilarejo, todo o trabalho e investimento de décadas estariam perdidos.
Então a localização dessa aldeia sempre foi mantida em sigilo por Sérgio, Paula – sua esposa, e os outros dois irmãos de Sérgio.

Perto do armazém da aldeia morava Marcela.

Seus pais – Clemente e Dora – vendiam o básico para os demais habitantes da aldeia.

Marcela tem duas irmãs: uma mais nova, chamada Clara, e uma mais velha, chamada Lúcia.

Marcela jamais gostou de morar ali. Ela gostava de música, dança, quadros... Passava horas cantarolando com a irmã mais nova, enquanto fazia lindos desenhos em um cavalete improvisado.
Dora chamava atenção da menina, dizia que isso era coisa do demônio. Ela não entendia que Marcela tinha um talento nato, e antes mesmo de saber escrever frases longas, já sabia como desenhar frutas, flores e animais.
Mas para Dora e Clemente isso era errado, e a vida era feita para ser vivida com sofrimento, e não com alegrias. Quanto mais se sofre, mais seria certo que quando morressem, iriam para o céu.

Por várias vezes Dora levou Marcela até a Igreja do Vilarejo para conversar com Padre Bosco, tentado fazer com que ele livrasse a sua filha dessa vida de pecado.
Padre Bosco tentou orientar os talentos de Marcela para o artesanato.
Três vezes por semana ela dava aulas para toda a comunidade.

Mas Marcela se sentia triste e vazia. Ela gostava mesmo era de fazer quadros. Adorava o cheiro do giz de cera.
Às vezes ela escutava Clara cantarolando algumas notas e logo imaginava uma música. Com essa música na cabeça, logo ela imaginava um cenário, lugares que ela nem sabia se existiam, e corria para o cavalete preparar uma tela.
às tentações do demônio. Então Dora quebrava todas as telas. Marcela chorava, pedia que a mãe a defendesse, mas Clemente era muito bravo e jamais permitiria atos impuros na sua casa.

Certa vez, ao voltar do trabalho, Clemente viu Dora quebrando uma das telas de Marcela. Ao ver a cena, imediatamente puxou da calça o seu cinto, e correu atrás de Marcela. Como não a encontrou e Dora relutou em dizer onde a filha estava, a mãe acabou sofrendo as conseqüências.
Os vizinhos ouviram os gritos, mas ninguém teve coragem de enfrentar Clemente.
As filhas jamais souberam do episódio, apenas acreditaram quando a mãe justificou os machucados como um tombo ao escorregar no sabão, quando estava limpando a cozinha. Para não correr mais riscos, Dora colocou Marcela sob a vigilância acirrada de Lúcia.
Mas Lúcia era uma pessoa muito ruim, que tinha muita inveja da irmã. Além de dedurar Marcela várias vezes, ela ainda inventava que a irmã havia feito coisas que ela jamais havia feito, apenas pelo prazer de vê-la sendo castigada pelo pai.
Marcela queria sumir. Muitas vezes ela pensou em dormir e não acordar mais.

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